sexta-feira, 29 de maio de 2009

Participação na 1ª Conferência Municipal de Segurança Pública

A 1ª Conferência Municipal de Segurança Pública aconteceu nos dias 27 (abertura), 28 e 29/05/09, no Hotel Guanabara, no Rio de Janeiro, como fase eletiva e preparatória para a 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (1ª CONSEG), programada para acontecer em Brasília, no mês de julho/09. Antes, ainda teremos a etapa estadual, no mês de junho/09.
Estivemos participando eu, Maria da Gloria e Mariléa. Eu e Gloria representando o Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro e Mariléa, como gestora, aliás, não entendi porque a Beth (Elizabeth Acampora, diretora da Afiaserj), fez a inscrição da Mariléa neste seguimento porque como presidente da AFIASERJ (Associação dos Funcionários do IASERJ), ela faz parte do seguimento sociedade civil. Por ter sido inscrita como gestora ela não pôde votar na indicação dos representantes da sociedade civil e dos trabalhadores em segurança pública que irão à Conferência Nacional e nem nos princípios e diretrizes que foram formulados pelos grupos que compuseram a Conferência, enfim, ela ficou só de ouvinte.
No dia 29/05 aconteceu simultaneamente a 1ª Conferência de Segurança Pública Eletiva do Centro da Cidade, promovida pela AISP para a qual nós três nos inscrevemos, mas que só Maria da Gloria e Mariléa participaram na parte da manhã, porque eu me envolvi com o processo eleitoral, fazendo campanha para alguns guardas municipais com quem travei amizade na 1ª CONSEG Municipal e para companheiros(as) meus(minhas) de luta da sociedade civil. Também me inscrevi e concorri à vaga para ir direto para a Nacional, apenas para garantir que concorresse alguém representando a mulher negra. Depois, na boca de urna conheci a Cleonice, militante do movimento de mulheres negras e que também é guarda municipal, mas já havia me comprometido com a campanha para o Monteiro antes, mas mesmo assim, ainda consegui bons votos da sociedade civil para ele e consequentemente ele conseguiu votos da guarda municipal para mim e para os(as) companheiros(as) indicados(as) por mim. O Monteiro foi eleito, representante dos trabalhadores da segurança pública, eu obtive míseros 6(seis) votos em meu nome, 5(cinco) para a Maria Celsa, 2(dois) para a Maria de Jesus, 4(quatro) para o Verton e 10(dez) para o Abilio Tozini. Valeu a experiência porque foi muito divertido garimpar votos na boca de urna.
O processo de apuração dos votos foi demorado e não houve tempo para colocar em votação as Moções, que foram devolvidas, com a sugestão de que sejam levadas para a CONSEG Estadual. Quem não vai gostar nada disso, quando souber, será o Carlos Alves, o Carlinhos Xiita do PT, porque a maioria das moções foram feitas por ele, que não pôde ficar até o final da apuração, porque tinha outro compromisso com a Entidade a qual ele pertence. Mariléa pegou de volta a que fizemos sobre o IASERJ, para apresentá-la na CONSEG Estadual.
Esta Conferência foi diferente de todas as que já participei porque não teve Regimento Interno votado e nem o colocaram na bolsa que recebemos com o caderno com os eixos temáticos, bem como o folder com os horários da programação não fizeram em número sificiente para todos os participantes, só algumas pessoas receberam. Nós três não ganhamos. O almoço foi custeado pelo próprio participante, só ofereceram o café da manhã e o coffe-break à tarde, acompanhado de um pequeno show de música popular, quando eu e Mariléa aproveitamos para dançar.
Apesar desses percalços, foi muito bom rever companheiros lutadores da sociedade civil e conhecer os trabalhadores da segurança pública municipal, além do pessoal da Comissão Organizadora, os facilitadores dos grupos, como o David que atuou no grupo do Eixo 4, cujo tema foi "Repressão Qualificada da Criminalidade" e no qual estive participando ativamente na elaboração dos princípios e das diretrizes que nortearão as ações da Política Nacional de Segurança Pública.
Os certificados não foram entregues, pelo que eu soube a Prefeitura irá nos comunicar quando eles estiverem disponíveis para que possamos ir buscá-los.
Nós três fomos as últimas participantes a deixar o Hotel Guanabara e o fizemos levando cada qual um buquê de flores que tiramos dos arranjos da mesa porque elas seriam jogadas fora e eram tão bonitas.........

domingo, 17 de maio de 2009

Truculência no IASERJ

Vejam o ofício encaminhado ao Governador Sérgio Cabral, denunciando as ações truculentas praticadas no IASERJ nos dias 28 e 29/04, amplamente noticiados pela imprensa e que eu escrevi após o relato por escrito, de Mariléa e Elizabeth.


Exmº Sr.
Sérgio Cabral Filho
Governador do Estado do Rio de Janeiro



Senhor Governador


Acreditando que V. Exª tenha tomado conhecimento das ações malfadadas praticadas no Hospital Central do IASERJ, nos dias 28/04/09 e 29/04/09, pelos jornais, resolvemos narrar para que V. Exª possa avaliar se as atitudes do pessoal que praticou as ações estão de acordo com as orientações que daria, se estivesse à frente daquele mutirão.
É imperioso que a AFIASERJ venha denunciar os fatos circunstanciais e até desrespeitosos, que ocorreram no IASERJ, no dia 28/04/2009, que ora passamos a relatar.
Tomamos ciência que pela manhã fora passada uma ordem, por parte do Dr. Ewerton Mozart Martins, que disse ser ordem da Secretaria de Saúde, para que os pacientes que estavam ocupando os leitos do CTI (Centro de Tratamento Intensivo) e enfermarias fossem transferidos, com urgência, a fim de que o “IASERJ pudesse dispor dos leitos para ocupação de portadores da Gripe Suína”.
Sabedores deste fato permanecemos, no IASERJ Central, para que pudéssemos acompanhar os desdobramentos daquela ordem, até às duas horas (da madrugada), quando a presidente da AFIASERJ, Drª Mariléa Ormond e a Diretora Elisabeth Acampora puderam presenciar a remoção, que teve início às 19:35 e término às 23 horas, de cinco pacientes conforme discriminados a seguir:
1 - Ida Lisboa – 19:45h, para Hospital Alberto Shuwaizer, 2 - Valter dos Santos- 20:00h, para Hospital Alberto Shuwaizer; 3 - Cezar Mena Barreto -21:00h, para Hospital Alberto Torres; 4 - Francisco Orlando Alves- 21:30h, óbito no pátio do IASERJ, dentro da Ambulância, 5 - Vanessa Januário- 22:30h, para Hospital Alberto Shuwaizer.
Frisamos que estas transferências ocorreram sem que os familiares tivessem sido avisados previamente, conforme informações de alguns deles, que chegaram ao Hospital às 22:30h, por terem sido avisados pelo Serviço Social, e que, quando lá chegaram, não encontraram mais seus respectivos doentes.
Drª Mariléa Ormond, presidente da AFIASERJ, inicialmente interpelou os funcionários do Corpo de Bombeiros por estarem fazendo as referidas remoções, indagando: “com ordem de quem aqueles pacientes estavam sendo transferidos sem que seus familiares fossem notificados, pois entendia que isto era um desrespeito ao paciente posto que àquela hora, acreditava que os pacientes deveriam estar em seus leitos, descansando, devidamente medicados”.
Os tenentes médicos das ambulâncias do SAMU responderam que estariam atendendo às ordens superiores da Secretaria de Saúde.
A diretora Elisabeth Acampora perguntou se estavam de posse de algum documento que respaldasse aquelas remoções do CTI (Centro de Tratamento Intensivo) e disseram que eram ordens verbais. O Dr. Augusto, que estava de plantão no CTI, informou que o paciente fez óbito e que o Dr. Alex deu ordem para colocá-lo no necrotério. Estas remoções foram registradas pelos jornais O GLOBO, EXTRA e JORNAL DO BRASIL, conforme cópias das reportagens que seguem em anexo.
Após a constatação do óbito, os responsáveis pela remoção, saíram com o cadáver das dependências principais do IASERJ, na ambulância, em direção à rua. Depois de trafegarem por alguns minutos, uma funcionária plantonista, gritou do pátio que estariam abrindo o necrotério do IASERJ, localizado na rua Washington Luis. A presidente da AFIASERJ juntamente com a diretora Elisabeth Acampora correram pelo pátio, que tem comunicação interna, com o necrotério e encontraram o funcionário administrativo de plantão Sr Valcir Pereira Viana que, quando questionado disse que cumpria ordens do administrador. Sabemos que o administrador é o Sr. Alex Lima Sales (engenheiro) e procuramos sensibilizar o servidor dizendo-lhe que não podia compactuar com aqueles fatos irregulares. Ele voltou a dizer que estava cumprindo ordens superiores.
Em decorrência do óbito, da presença de quase todos os funcionários plantonista do IASERJ, e de alguns familiares dos pacientes no pátio, as remoções foram suspensas.
Por volta de 00:30 minutos, do dia 29/04/9/2009, a emissora de TV Brasil- Canal 2, foi impedida de adentrar nas dependências do IASERJ, por ordens do Administrador, Sr. Alex, através de contato telefônico, acarretando a colocação de correntes e cadeados nos portões da entrada do estacionamento. Apesar destes fatos, a reportagem da TV Brasil permaneceu em frente ao IASERJ, onde realizou entrevistas com funcionários e familiares dos pacientes removidos, que foram ao ar no mesmo dia 29/04/2009 às 12:30horas.
A TV Brasil chegou até ao IASERJ, por estar na 5º DP, quando os familiares foram lá para registrarem queixas de seqüestro do seu doente internado no IASERJ, por parte do Estado, posto que não foram notificados sobre a remoção.
No mesmo dia, 29/04/2009 a diretora da AFIASERJ, Elisabeth Acampora dirigiu-se ao Serviço Social, por volta das 10:00 horas, para saber do Assistente Social se haveria alguma remoção programada para aquele dia. O referido Assistente Social disse que desconhecia qualquer informação a respeito e que a colega Rosangela Gusmão da Silva, do plantão noturno, havia deixado tudo pertinente aos fatos ocorridos, registrado no livro do Serviço Social.
Logo após, chegou ao Serviço Social um médico, que solicitou o livro de ocorrências para tomar conhecimento dos registros noturnos. O Assistente Social disse não ter ordens para permitir a retirada do livro.
Neste momento, a diretora Elisabeth Acampora indagou se o médico era funcionário do IASERJ. O mesmo identificou-se como Major Max, do Corpo de Bombeiros, responsável pelo CTI. Na presença do Assistente Social, Dulcidio Tamanqueiro. A diretora Elizabeth Acampora perguntou ao referido Major se havia sido expedido algum documento por escrito, autorizando aquelas remoções e ele respondeu que atendia a ordens superiores e tentou intimidá-la perguntando-lhe com o dedo apontado para seu rosto: “O que ela iria fazer com o que seus olhos haviam visto”? – Ela retrucou dizendo: Que a pergunta não a intimidava e nem a acuava, posto que o que seus olhos viram estava documentado pelas reportagens de Jornais e TV’s.
É imperioso destacar que é um paradoxo fazer remoções de CTI de pacientes reais em nome de uma provável ocupação de “pacientes virtuais”, até a presente data, posto que ainda não havia sido confirmado nenhum caso de Gripe Suína no Brasil. Entendemos que estas condutas aqui relatadas são formas de disseminar pânico entre a população e que contrariam as palavras do Presidente Lula, quando disse em rede nacional: - não podemos “compactuar com terrorismo” para com a população.
Estas denúncias têm total relevância para a AFIASERJ por entendermos que: “Não vamos nos calar, quem cala consente, nós somos conscientes, não vamos nos calar”!
Existe uma gravidade de Ordem Superior que é o fechamento do Serviço de Raios-X e do Centro de Esterilização, os quais são fundamentais para que se possa abrigar e alojar os possíveis pacientes da gripe suína, como também os das demais demandas reprimidas.
Esperando que V. Exª tome providências que evitem ações como estas relatadas e que faça prevalecer o bom senso nas ações futuras onde deverá ser considerado, antes de mais nada, o ser humano que já se encontra precarizado em sua saúde não sendo necessárias as humilhações e nem o mal-estar causados quando a condição humana das pessoas é relegada ao segundo plano.


Cordialmente,





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Mariléa Ormond
Presidente da AFIASERJ






Elizabeth Acampora
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Diretora da AFIASERJ