sábado, 20 de junho de 2009

RELATÓRIO DA II CONFERÊNCIA DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL

RELATÓRIO DA II CONFERÊNCIA ESTADUAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL
Realizada no Rio de Janeiro, no Hotel Rio’s Presidente no período de 06 a 08/06/2009

A etapa das Conferências Municipais sofreu muitas alterações nas datas de realização e, com a de São Gonçalo não foi diferente. Inicialmente marcada para acontecer no dia 25/04/09, foi acontecer somente em 08/05/09, na mesma data da do Município do Rio de Janeiro. Não pude participar de nenhuma das duas, tendo em vista que já havia assumido outro compromisso, de ordem familiar e que não foi possível adiar. Assim sendo, a companheira Idméia, do Fórum de Mulheres de Itaboraí, que se diz fundadora do Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro, participando com a sua Entidade, a Associação de Mulheres Evangélicas (AME) participou da Conferência Municipal de São Gonçalo.
Idméia esteve em minha casa, dias após a Conferência Municipal de São Gonçalo, afirmando que havia garantido uma vaga de delegada, para o FEMNegras e que, ela iria disputar ainda, na Conferência Municipal de Itaboraí, mais outra vaga lá, naquele Município, e que, assim sendo, passaria a representação de São Gonçalo para mim, como moradora do Município e membro do FEMNegras, para representá-lo na Conferência Estadual. Com base nesta informação, telefonei para Fátima (Conselho Estadual dos Diretos do Negro - CONEDINE), que fez parte da Comissão de Organização da Conferência Estadual, e ela orientou-me para entrar em contato com Aduni Benton, que era a Coordenadora Geral da Conferência Estadual. Aduni Benton recomendou meu nome ao Luiz Eduardo, Coordenador da Conferência Municipal de São Gonçalo.
Idméia não conseguiu a vaga na Conferência de Itaboraí e telefonou-me dizendo que o FEMNegras tinha garantidas 2(duas) vagas de delegada, na Conferência Municipal de São Gonçalo e não apenas uma e que bastava que a Coordenação (Clátia) enviasse o documento indicando os nossos nomes com nossa documentação, para a Comissão de Organização de São Gonçalo. Telefonei para a Clátia e fiz a solicitação do envio do documento, passando-lhe meus dados e de Idméia e este documento foi enviado por e-mail para a Idméia, que ficou de entregar em mãos, na Organização de São Gonçalo, para formalizar as nossas indicações.
Cheguei às 14:30 horas no local do credenciamento e verifiquei que nossos nomes não constavam da lista de delegadas do Município de São Gonçalo e questionei com a Fátima, que aconselhou a que me dirigisse ao Amaral. Falei com ele que mandou a recepcionista acrescentar meu nome numa determinada lista e me deu a bolsa com o material e o crachá de “conferencista”, ou seja, de delegada, indicando-me que deveria ir à portaria do hotel para me cadastrar e receber a chave do quarto onde ficaria hospedada. Ao tentar receber a chave do quarto, não o consegui porque meu nome não constava na lista de delegados de São Gonçalo. Nesse ínterim chegou a Idméia. Relatei pra ela que o Luiz Eduardo havia dito que o FEMNegras só tinha uma vaga e que era de Suplente. Imediatamente ela foi procurá-lo e juntas questionamos o fato do FEMNegras ter representação estadual e nacional, da Idméia ter participado do processo em São Gonçalo o representando e no final não ter saído vaga de delegada para o FEMNegras. Nesse momento, outras pessoas de São Gonçalo também questionaram a respeito de seus nomes terem sido excluídos da lista de delegados e esse fato reforçou a nossa defesa. Mônica, coordenadora Estadual da UNEGRO, intercedeu, bem como Fátima. Solicitei apoio das mulheres negras que estavam lá, porém não como delegadas pelo FEMNegras, como sempre cada qual quer fortalecer politicamente suas entidades e não se inscrevem nesses eventos como membro do FEMNegras, como por exemplo Dolores, Fezinha, Mara, Maria Celsa, etc. Dolores disse que tinha duas vagas para as entidades da Religiosidade e, caso não conseguíssemos, poderia ceder uma vaga para eu ir à Brasília participar da Conferência Nacional. Conseguimos vencer no cansaço e garantir duas vagas de delegadas na Conferência Estadual, o que nos permitiu receber, já à noitinha, a chave de um apartamento para duas pessoas, porém não foi possível a vaga, pelo menos uma, para a Conferência Nacional e a Dolores não disponibilizou para o FEMNegras, uma das vagas que disse ter para as Entidades dela.
Aconteceu uma reunião de coordenadores durante a Conferência Estadual quando Clátia foi convocada e como ela não estivesse presente, a Dolores apresentou-se como Coordenação do FEMNegras, porém seu nome, não sei por qual motivo, foi recusado. Neste caso acho que deveriam ter chamado a Gloria, uma vez que ela participou da organização da Conferência Estadual, ajudando em todas as reuniões, garantindo assim, o nome da Clátia, como delegada. Mais uma vez a Gloria serviu de tarefeira. Ainda bem que preferiram deixar o lugar vazio.
Eu, Gloria e Idméia participamos do Grupo de Trabalho da Educação e Cultura onde ajudamos a formular diversas propostas nestas áreas. Encaminhei um “recurso” à mesa para que todas as delegações respeitassem, na sua composição, os recortes de gênero e geracional, conforme preceituava o Regimento Interno, no Parágrafo Único de seu Art. 19, uma vez que a delegação de S. Gonçalo tendia a desrespeitar essa orientação, pois com cinco vagas, só mandou uma representante mulher, a tal da Associação de Moradores e como representante da juventude um rapaz com mais de vinte e cinco anos.
Foi muito bom o trabalho em si e espero que aquelas pessoas que saíram como delegadas tenham a competência para levar e defender todas as propostas e questionamentos do Rio de Janeiro.
Era o que eu tinha a relatar.

São Gonçalo, 10 de junho de 2009.



Avanir Carvalho Pontes
Membro do Fórum Estadual de
Mulheres Negras do Rio de Janeiro