quinta-feira, 8 de março de 2018

A CULPA NÃO É SÓ DELES

É claro que o governo de LULA cometeu erros, mas o POVO colaborou pra isso.  No momento em que o elegeu e o abandonou nos braços da direita. Se os Movimentos Sociais não tivessem achado que haviam eleito um "salvador da pátria" e permanecessem na cola dele cobrando as promessas de campanha feitas nos calorosos discursos, não o teriam empurrado a fazer as coligações espúrias com os partidos que até então eram inimigos ferrenhos do PT. Observem que agora o PT é o partido mais detonado pelos direitistas e a coisa é de tal forma que conheço muita gente boa que era PTista doente, dizer que esse partido tem que ser detonado.

O POVO não consegue enxergar um palmo adiante do nariz para perceber o que estão fazendo com o nosso país, com essa sanha de detonar o PT e o LULA.

Acham que toda essa corrupção, todo esse roubo, todos esses enriquecimentos ilícitos enquanto a maioria empobrecida de brasileiros não vê luz no final do túnel? É obra exclusiva do PT ou do LULA?

Só para refrescar a memória lembram-se que a GLOBO tinha um jornalista chamado Paulo Francis? Ele, em 1992 ou 1994(não lembro bem o ano) denunciou que estava havendo corrupção na Direção da Petrobrás e ninguém apurou nada, nenhum jornal ou revista questionou o fato onde muitos desses nomes de dirigentes que estão na Operação Lava a Jato, constavam em suas declarações. O que foi que aconteceu? Foi processado e condenado a pagar uma vultuosa quantia para não ser preso e o seu coração não aguentou a pressão e infartou. Aquela época o Presidente da República era Fernando Henrique Cardoso.

Outro fato que causa-me espécie trata-se do caso do COMPERJ, que iria desenvolver em muito a Região Metropolitana 2 ( Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito,etc) se suas obras não tivessem sido interrompidas.  Quem desviou, roubou, recebeu propina foram os Dirigentes ou os trabalhadores? E por que estes últimos foram aqueles que perderam seus empregos com o estancamento dos trabalhos? Por que não fizeram uma intervenção com o Exército naquela ocasião? Os militares poderiam ocupar-se de conduzir as obras de todos os projetos enquanto os dirigentes corruptos iam pra cadeia e assim, não teríamos a lista monstruosa de desempregados no Estado.
A nossa rede de saúde também está sendo destruída porque essa camarilha que se diz governantes das três esferas de Poder resolveram que saúde é mercadoria e barganham junto às empresas detentoras da administração de planos de saúde a vida da população. Todos os dias tomamos conhecimento de pessoas morrendo até dentro de hospitais devido à falta de tudo lá. Aqui, no Estado do Rio de Janeiro, sucessivos governos adotaram essa prática neoliberal do estado mínimo, investir o mínimo possível no social, cerceando direitos consagrados nas Constituições Federais e Estaduais que preconizam que  EDUCAÇÃO  e SAÚDE são direitos do POVO.
Aqui, no Estado do Rio de Janeiro a Saúde vem sofrendo fortes e agressivos golpes com as decisões equivocadas dos governantes, se não vejamos: todas as Conferências de Saúde (Nacional, Estaduais, Municipais e Distritais) seus delegados e delegadas rejeitaram o sucateamento da saúde entregando-as às Organizações Sociais (OS) e em cada uma destas instâncias, a sociedade civil previu e externou todo esse caos que está acontecendo agora com essas OS na Saúde. Exemplo disso é o desmantelamento da Rede Hospitalar IASERJ que possuía 418 ( quatrocentos e dezoito) leitos, sendo 400 (quatrocentos) leitos comuns e 18(dezoito) leitos de CTI, além de desenvolver 42(quarenta e duas) especialidades médicas e convênios com clínicas e hospitais em todo o interior do Estado para atender às pessoas daquelas regiões. A partir de 2002, esta rede passou a acatar pacientes comuns da população (não servidor estadual) e foi uma luta para inseri-lo no SUS a fim que pudesse receber verbas federal para prestar serviços a todos os cidadãos do Rio de Janeiro, pois ele fora constituído com o desconto de 2% compulsórios na remuneração do servidor público estadual.

O Governo de Sérgio Cabral, tendo à frente da Saúde, como Secretário, Sérgio Côrtes resolveu ceder ao Instituto Nacional do Câncer (INCA), o terreno onde se erigia o Hospital Central do IASERJ, para que nele se construísse um Campus de Pesquisa do Câncer. Nada teríamos a opor se isso acontecesse em partes livres do terreno ficando assim, a coexistência pacífica entre servidores estaduais, os verdadeiros donos do espaço cedido pela família Pedro Ernesto para que ali fosse construído um hospital para os servidores do Estado e, o INCA que, há tempos atrás, já tivera a permissão para construir sua sede num pedaço do terreno do IASERJ e agora queria levar todo o terreno de mais de 400 mil metros quadrados, na Rua Henrique Valadares, na Cruz Vermelha, no Centro da Cidade.

Devido ao empenho de pessoas usuárias daquele hospital que se juntaram à Associação dos Funcionários e Amigos do IASERJ( AFIASERJ ), permaneceu vivo apenas o Ambulatório Maracanã do IASERJ, pois os demais foram desviados de sua função, como por exemplo o de Nova Iguaçu, que no governo de Rosinha Garotinho foi transformado em Delegacia Legal, o de Madureira, que no governo de Garotinho foi cedido ao Município, que o transformou em Clínica de Saúde da Família, o que faz com que só sejam atendidos lá, um determinado número de pessoas cadastradas como moradoras das cercanias do tal  PSF (Programa Saúde  da Família), ou seja cedeu o espaço do Ambulatório de Madureira do IASERJ, para a Prefeitura, cerceando o atendimento à população de todo o Estado.

O Ambulatório do IASERJ na Gávea teve uma parte cedida para a instalação de uma Clínica Particular para um médico, amigo da ex-governadora Rosinha e a outra parte, Sérgio Cabral doou para o Tribunal de Justiça (TJ).

É preciso que apurem os processos interpostos na Justiça e no Ministério Publico com as denúncias bem detalhadas sobre essa situação do IASERJ e de seus usuários que estão vendo a Instituição esvair-se por si mesma, uma vez que não há reposição de pessoal toda vez que um servidor aposenta ou morre. Há um número bem reduzido de especialidades médicas em relação às quarenta e duas que existiam na fundação do Hospital em 1975.
Existe e está funcionando precariamente o Ambulatório do IASERJ em Niterói. Em um prédio de 6(seis) andares, somente no térreo faz-se o atendimento nas pouquíssimas clínicas que lá ainda conseguem atender, como Clínica Médica, Ginecologia ( não está fazendo exame preventivo porque o governo não pagou à empresa terceirizada  que faz os exames de Análises Clínicas e Laboratoriais que foi contratada, após destruição do laboratório do próprio IASERJ).

Um grupo de  usuários e moradores das redondezas da Cruz Vermelha criou o Movimento de Usuários e Moradores em Defesa do IASERJ - MUDI que tem pressionado o Ministério Público para dar respostas e soluções aos 2(dois) Inquéritos Civis, que ainda tramitam naquele órgão. Um deles desde 2006, sem que tenhamos uma solução para o caos em que se encontra o IASERJ.

Faz parte da Rede Hospitalar do IASERJ, o Hospital Eduardo Rabelo, que está localizado no bairro Vasconcelos, na Estrada do Pré, S/Nº. No governo de Sérgio Cabral este hospital foi transformado em Hospital Estadual, dificultando o atendimento para o qual foi criado: prestar serviços de Geriatria e Gerontologia aos servidores estaduais do Rio de Janeiro. O IPERJ hoje RIOPREVIDÊNCIA, cedeu os profissionais necessários da sua área de Engenharia e o IASERJ incumbiu-se de equipar o hospital com os recursos humanos e os equipamentos médicos e construíram o hospital que também era mantido pelo desconto nos contracheques de cada servidor estadual ativo, inativo e pensionistas para que na sua velhice tivesse um local onde seriam acolhidos e tratados.
Já houve ocasião de terem sido contratados pela OS a qual foi entregue a administração do hospital, médicos que ao ficarem três meses sem receber, abandonaram o hospital que só não fechou devido ao número mínimo de médicos e servidores administrativos concursados que ainda resistem lá.  Isso aconteceu no governo de Sérgio Cabral.
Este governo também desativou o Hospital Estadual Anchieta, que era referência em Ortopedia, e que depois de ter sido feita uma grande obra nas dependências, cedeu parte à Prefeitura de Eduardo Paes que instalou uma Clínica de Saúde da Família e, onde funcionava o Ambulatório de Ortopedia e outras Clínicas, foi transformado em local de convalescença das pessoas que eram operadas no Instituto do Cérebro, ex HTO, que também era referência, principalmente em cirurgias ortopédicas e Cínica da Dor e foi descaracterizado no Governo de Sérgio Cabral.
Ele junto com seu xará, o Sérgio Côrtes, resolveram fazer obras e mais obras não priorizando a atenção à saúde da população e sim ao ganho que tiveram com os contratos com empreiteiras e outras empresas. Não foi à toa que ambos foram presos, estando Sergio Cabral condenado há mais de 100(cem) anos de prisão e esse caso do desmonte do IASERJ e da saúde como um todo, ainda nem veio à tona. Muita água ainda vai rolar e Sérgio Côrtes não deveria ter tido o direito de ficar em prisão domiciliar porque ele, como Secretário de Saúde foi co-autor de todo esse desmantelamento da saúde pública no Estado do Rio de Janeiro.

Nenhum comentário: